25 de setembro de 2009

Doar órgãos pode ajudar a superar a perda


No dia 17 de abril de 2008 a vida da baiana Doradilce Alves, 56 anos, mudou completamente. Mas uma atitude foi fundamental para amenizar a dor: fazer a doação dos órgãos e tecidos do filho Vamberg Alves, 21 anos, falecido naquele dia ao atravessar a avenida Fernando Ferrari, em Vitória, na garupa de uma bicicleta.

"Meu filho estava cursando o 7° período da faculdade de Psicologia e, ao voltar de uma entrevista de estágio, encontrou os amigos que o convidaram para assistir a um jogo em Camburi. Ele foi, mas na volta veio de carona na bicicleta de um deles, que ultrapassou o sinal vermelho. Os dois foram atropelados por um carro e meu filho voou para longe do veículo", lembra a mãe emocionada.

No outro dia, Vamberg entrou no quadro de morte encefálica. "Pouco tempo antes ele tinha me explicado o que era morte encefálica e disse que tinha vontade de doar os órgãos quando morresse. E partiu de mim o interesse em fazer a doação. É importante destacar que os médicos fizeram o possível para salvá-lo", enfatiza a Doradilce.

A mãe só conseguiu autorização para ver o filho após comprovada a morte. "É muito difícil vê a pessoa respirando e autorizar a doação, mas eu sabia que a vida não estava mais nele. Ele respirava por causa dos aparelhos. Pensei: se não posso ter meu filho, porque não salvar a vida de outros?", conta. Foi possível doar os rins, o fígado, o pâncreas e as duas córneas do filho.

Doradilce olha com carinho as fotografias do filho. Lembrar os momentos causa dor, da saudade, mas saber que sofrimento de outras famílias acabou ou diminuiu, sem dúvida, é uma grande satisfação.

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